terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Adoração como estilo de vida

A própria Bíblia dá base para se fazer distinção sobre louvor e adoração como assuntos íntimos, mas distintos. Vamos ver, então, o que são individualmente, e qual o propósito de cada um. Um dos textos bíblicos mais elucidantes sobre o louvor é o salmo 150.6, que diz: “Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor..
Ora, o salmista está convocando a toda criatura viva a louvar ao Criador. Aqui não importa que essa criatura seja humana, ou não. O primeiro requisito para o louvor, aqui, é a vida, representada pela expressão “tem fôlego”. Um detalhe: ainda não falamos que tocar qualquer tipo de música implica ministrar louvor. Vejamos agora o salmo 47.1. Ele diz: “Aplaudi com as mãos, todos os povos; cantai a Deus com voz de triunfo.”
Agora mais dois elementos são acrescentados ao louvor. Primeiro as palmas que irão dar ritmo e fazer o acompanhamento da música. Em seguida, o salmista diz para cantar a Deus, e cantar implica expressar o louvor com a voz.
Apenas mais um texto bíblico, o salmo 71.22: “Também eu te louvarei com o saltério”....Esse último introduz um instrumento musical ao louvor.
O que todos esses versículos têm em comum? É muito simples. Louvar, no sentido bíblico, é manifestar gratidão a Deus pela vida, em primeiro lugar. Podemos louvá-lo pelos mais variados motivos. Até mesmo por bênçãos materiais, por um livramento, enfim, qualquer motivo pode nos levar a louvar a Deus.
O que estou querendo dizer com isso são duas grandes verdades. Primeiro: são inúmeros os meios de se louvar a Deus. Pode ser por palavras, pela poesia, por meio da arte, pelo canto, por ritmos. Podemos louvar a Deus com palmas, com música cantada e mesmo com música instrumental. Lembra-se de Daví, que simplesmente tocava sua harpa? A nossa criatividade e talento são despertados quando criamos novas formas de louvar a Deus.
Em segundo lugar, quero dizer que o louvor não é a adoração em si mesmo. O louvor, como vimos, pode variar em sua forma de apresentação. Essas formas de louvor é que devem nos propiciar a adoração. Em outras palavras, o louvor é um meio que nos conduz à adoração. Pelo louvor atingimos o espírito de adoração.
Por isso afirmo que até mesmo uma pessoa que tenha perdido os movimentos do corpo pode louvar por meio de um pensamento. Por meio desse pensamento ela busca e alcança uma comunhão mais íntima com o Senhor e alcança o espírito de adoração.
 
Agora observemos o texto no qual Jesus conversa com a mulher samaritana (João 4:24). Ali o Senhor não está tratando de louvor. O louvor não é o tema central da conversa que Jesus está tendo com aquela mulher. A adoração é a preocupação central do assunto e Jesus dá uma grande dica sobre ela. Ele afirma que os verdadeiros adoradores não terão um lugar fixo e pré-estabelecido para adorar ao Pai. A mulher estava acostumada a adorar em Samaria. Os judeus estavam acostumados a adorar em Jerusalém por causa da presença do Templo naquela cidade. Isso tornava a adoração mecânica e impedia o adorador de adorar quando e onde ele quisesse. Apenas podia adorar quando estivesse no Templo. Jesus, então dá uma característica espiritual ao assunto. Ele enfatiza que nem neste monte [em Samaria] nem em Jerusalém adorareis o Pai. Em outras palavras, Jesus estava dizendo que a adoração deve ter um caráter espiritual e não espacial. Muitas vezes, nós mesmos somos condicionados a orar, a louvar e a adorar apenas quando estamos na igreja. Isso também nos limita e impede a ação do Espírito de Deus.
O Pai quer que tenhamos em mente que em qualquer lugar é o lugar onde devemos adorá-lo. Não devemos esperar até chegarmos à igreja, apenas no momento do
louvor, para começar a adorar a Deus. A adoração, como disse Jesus, deve ser feita em
espírito e em verdade. Nas palavras de Jesus, quem faz desse modo é o verdadeiro adorador. Não há limites, nem de tempo, nem de espaço. Se possuímos os meios que nos conduzem à adoração, então devemos adorá-lo.
Assim, a adoração difere profundamente do louvor. Adoração é na verdade uma atitude espiritual que tomamos, é um estado de espírito, no qual permanecemos em íntima e profunda comunhão com o Senhor.
Esses adoradores são todas as pessoas que estabelecem uma comunhão quase que ininterrupta com Deus. Nesse caso, não importa qual o meio para se alcançar esse estado de espírito. Se fosse assim, somente os músicos teriam o privilégio de adorar a Deus, ou somente os cantores. Mas não, Deus proporcionou meios pelos quais qualquer pessoa possa ser um verdadeiro adorador. Dessa forma temos, então, o seguinte propósito: se somos ministros de louvor, se somos músicos ou cantores, nossa missão primária é abençoar a igreja e a todos os ouvintes com o nosso louvor. Como já foi dito, há vários meios de se louvar a Deus. Mas, nós fomos escolhidos para ministrar louvor por meio da música, seja ela uma canção ou uma música instrumental, como fazia Daví.
O propósito final do nosso ministério é conduzir quem quer que ouça nossa música a adoração a Deus, seja cristão ou não. Se Deus procura os verdadeiros adoradores, nossos esforços devem ser no sentido de conduzir os ouvintes a adoração.
Essa distinção deve sempre estar bem clara em nossa mente. O louvor é um meio para se atingir o objetivo final. O objetivo final e principal de todo e qualquer tipo de louvor é conduzir pessoas e proporcionar condições para que elas possam adorar a Deus em espírito e em verdade. Se temos um talento, é evidente que nos destacamos das demais pessoas por isso. No entanto, não podemos nos considerar estrelas de primeira grandeza dentro do corpo de Cristo. Ele é a estrela maior e é quem nos dá luz para brilharmos.
            Você é um adorador em potencial!
Extraído de Verdadeiros Adoradores, André Paganelli.